quarta-feira, 21 de maio de 2008

pensando...

Pensando, pensando...


Dia desses, disse a um senhor bem bacana: esta será a minha última campanha, as municipais de 2008.


Talvez que ele não tenha acreditado. Mas, eu não estava brincando.


Esta será, sim, a minha última campanha. E é provável que as matérias que ora escrevo sejam as últimas que publicarei.


Pelo menos nos jornalões, nos grandes veículos de comunicação.


Depois de tantas campanhas e dos 28 anos de jornalismo que completei, no mês passado, acho que tenho todo o direito, sim, de fazer alguma coisa diferente.


Tipo, esquecer, nem que seja por um tempo, o mundo que me cerca, todo o entorno, e fazer e ser aquilo que bem me apetece.


A política é uma coisa complicada.


Ao mesmo tempo em que vemos nela o único instrumento possível de transformação do mundo, ela também tem o dom de nos corroer por dentro, a triturar todos os sonhos que acalentamos.


Quando a gente volta os olhos ao passado, principalmente nós, que militamos a vida inteira nas esquerdas, a impressão que fica é a de alguma miragem perdida no tempo.


A miragem que somos nós, nos sonhos, nas esperanças que tivemos.


Creio que, desde sempre, houve em nós alguma coisa a nos impulsionar à esperança. É isso mesmo: a nos impulsionar à esperança.


Recebemos uma inteligência e uma educação que nos permitiram pensar o mundo.


E, contrariamente ao que estava previsto para nós, resolvemos contrariar o mundo.


Abrimos mão das dulcíssimas posições, os lugares que socialmente nos foram destinados, por um desejo, uma ânsia, que havia em nós.


A vontade de construir um mundo diferente, sem essa miséria e discriminações horríveis que temos; a vontade de derrubar barreiras, de suprimir interdições...


Acho que até conseguimos mexer, modificar.


O mundo, certamente, não será mais o mesmo depois de nós!...


Mas, assim como não foi o mesmo depois de nossos pais e avós e de todos os nossos tatatatatatata-antepassados...


Bastará, então, apenas a certeza do dever cumprido?


Sei lá, estou apenas bebendo e divagando, ou o caro leitor ainda não percebeu?


Tento me reencontrar.


Sonhar os desejos, as esperanças que ficaram no meu passado - e que são a força que me leva adiante...


Tento me ver, apesar do mundo.


Tento querer e sentir por mim mesma.


Tento não naufragar, como naufragam tantos mundos, abalroados pelo dia-a-dia.


Tento ser um universo em mim mesma.


A ver estrelas, onde tantos afirmam inexistirem estrelas...


A construir jardins, no deserto de cada alheio coração!


Mas isso cansa, sabem, caríssimos leitores.


Principalmente quando se é mulher, fêmea, ou qualquer outra classificação que se dê a esses seres “penetráveis”, que somos nós.


E talvez que aí é que seja preciso mergulhar nos bastidores.


Desaparecer da terra, para reaparecer no mar.


Sei lá, tenho pensado no que sou, no que quero, no que importa para mim, para mim de fato, e não, apenas, para o mundo ao redor.


Como a criança que deseja um doce e escuta da mãe mil sermões.


Como alguém que conhecesse o significado, o mistério, do próprio desejo...


Alguns dirão que sou demasiadamente inquieta – e quem não é?


Quem não quer ser além do que é e ir além do que possui – ou daquilo que o possui?


Quem não deseja além da efemeridade?


Acho que vou parar de beber e vou fumar maconha – talvez que isso me acalme.


Se é que existe álcool, fumo ou reza que nos acalme a alma...


Não quero querer o que os outros querem.


Não quero desejar, simplesmente, o que os outros desejam que eu deseje...


O que eu quero é o singular, o único, o possível - em mim e para mim.

Mesmo que esse seja o impossível para todo o resto do mundo...


E como que estou num dia light e diet, ou sei lá o que seja isso – e quem sabe, afinal, aquilo que é? – vou deixar a vocês uma musiquinha bem bacana.


A vocês que me aturam



2001



Astronauta libertado
Minha vida me ultrapassa
Em qualquer rota que eu faça
Dei um grito no escuro
Sou parceiro do futuro
Na reluzente galáxia



Eu quase posso palpar , a minha vida que grita
Emprenha e se reproduz, na velocidade da luz
A cor do céu me compõe, o mar azul me dissolve
A equação me propõe, computador me resolve
Aahhh



Astronauta libertado
Minha vida me ultrapassa
Em qualquer rota que eu faça
Dei um grito no escuro
Sou parceiro do futuro
Na reluzente galáxia



Amei a velocidade, casei com 7 planetas
Por filho cor e espaço , não me tenho nem me faço
A rota do ano luz, calculo dentro do passo
Minha dor é cicatriz, minha morte não me quis




Nos braços de 2000 anos, eu nasci sem ter idade
Sou casado, sou solteiro, sou baiano, estrangeiro
Meu sangue é de gasolina, correndo não tenho mágoa
Meu peito é de sal de fruta, fervendo num copo d''água



Astronauta libertado
Minha vida me ultrapassa
Em qualquer rota que eu faça
Dei um grito no escuro
Sou parceiro do futuro
Na reluzente galáxia



(Tom Zé / Rita Lee)

2 comentários:

Anônimo disse...

Que absurdo! Como pode vc pensar em ausentar-se desse mundo cão que é a política paraense e suas campanhas? Será que não sabes ser muita vez o fiel da balança? o que mostra o norte enquanto nossos GPS (égua!) perdem o rumo? Que será de nós, Barbalhos, Carepas, Dudus, Jatenes e Gabriéis depois que passares? Afinal, não ficamos todos de passar juntos? Que graça terão os poucos acertos e as miríades de erros sem ter quem os aponte com a classe que é-lhe peculiar? Pensou nisso? não, claro que não... por outro lado sem o horizonte dos seus olhos, será mais fácil falcatruar, emprestando ao Pará em Geral e a Belém em particular as necessidades que jamais tivemos como aquelas luzinhas bregas da Duque de Caxias ou os semáforos horizontáis, enfim...
Mas mereces ser o que te apetece e nós merecemos não mais colher o delicioso veneno que te escorre das presas e que aqui, tão bem destilado, nos embriaga e aborrece, enfim.
Quer ir? Vá! vá de uma vez mas não esqueça, te esperaremos aqui. Até 2ª ou 3ª...
Edson Pantoja!

Anônimo disse...

Blog do Zé Carlos - PV
Domingo, 1 de Junho de 2008.

Mário Couto e Jader estão juntos
Desde a eleição que se ouve um zunzunzun de uma aliança Mário Couto e Jader. Os boatos ficaram fortíssimos e começaram a tomar ar de verdadeiros quando Mário passou uma campanha inteira de senador sem receber um só ataque do PMDB.
A postura de Mário na eleição da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa apoiando a eleição de Domingos Juvenil foi considerada mais uma evidência da aliança. Os que acreditam nessa hipótese estão de olho nas alianças que o Senador está patrocinando para as eleições de 2008. Em Bragança, junto com Flexa Ribeiro, patrocina a candidatura de José Diogo, apenas para ajudar o prefeito Edson Oliveira do PMDB. Seu aliado Chamom em Curionopólis é candidato pelo PMDB.
Dizem que a chapa de 2010 é Mário Couto governador e Jáder senador. Vamos aguardar e conferir.
Postado por José Carlos Lima às 16:11