segunda-feira, 19 de abril de 2010

IAP discute identidades afroindígenas na Amazônia

O Instituto de Artes do Pará (IAP) dá prosseguimento ao projeto Saber da Fonte, que busca levar ao público pesquisas acadêmicas sobre o universo cultural da Amazônia.


Nesta terça-feira, dia 20, quem participa do projeto é Sarraf Pacheco, professor doutor em História Social.


Ele vai falar sobre matrizes culturais afroindígenas na palestra “No Rastro/ Resíduo da História: Linguagens e Identidades Afroindígenas no coração da Amazônia”. O evento começa às 18h30, no auditório do IAP (Nazaré, ao lado da Basílica).


A perspectiva desta apresentação é estimular entre o público a valorização de experiências de grupos de tradições orais africanas, indígenas e mestiças que se esparramaram, interagiram e conformaram marcas das identidades materiais e sensíveis amazônicas.


Segundo Sarraf Pacheco, rastros da presença indígena, africana e mestiça e suas trocas culturais, captados nos dois lados do arquipélago de Marajó – campos e florestas –, em referências presentes na historiografia amazônica, assim como em documentários, narrativas literárias e depoimentos orais, permitem discutirmos como outras linguagens comunicacionais foram canais por onde populações amazônicas de matrizes multiétnicas sabiamente inscreveram suas identidades e trajetórias.


De acordo com o pesquisador, a dinamicidade do processo cultural impede que essa cultura – formada por narrativas fantásticas, cantigas, chulas, rezas e benzeções -, por ser uma tradição oral, corra o risco de desaparecer ou sofrer modificações demais em relação às suas origens. A tendência, diz ele, é que uma cultura mais rica surja dessa interação.


“Inicialmente é preciso entender o caráter dinâmico das culturas populares. Nenhuma cultura consegue permanecer igual ao seu nascimento ou a sua dita primeira invenção. As modificações são processos que expressam a historicidade das práticas culturais. As populações marajoaras, por estarem situadas em espaços de grandes circulações de ideias, desde o período colonial, constituíram suas identidades em amplo processo de trocas culturais. As tradições orais marajoaras adaptam-se, recriam-se, abandonam o que não mais lhes interessa e constroem sua história”, ensina.


SERVIÇO


Projeto Saber da Fonte. Programação todas as terças-feiras do mês de abril, às 18h30, com entrada franca, no auditório do Instituto de Artes do Pará (Nazaré, ao lado da Basílica). Informações: 4006-2945.

(Fonte: Ascom/IAP)

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