terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Armando Brasil abre IPM para apurar conduta de policiais que negaram ajuda ao estudante Gilton Paiva, que teria sido vítima de agressão e crime de racismo no restaurante Parrilla

O promotor militar Armando Brasil Teixeira abriu Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar a conduta do soldado que teria se negado a prestar ajuda ao estudante Gilton Paiva, que teria sido vítima de agressão e de crime de racismo no restaurante Parrilla, em Belém, no último dia 5. 

O IPM também investigará o porquê de uma viatura da PM estar parada em frente ao estabelecimento.

A agressão contra Gilton Paiva está aqui: http://pererecadavizinha.blogspot.com/2012/01/blogueiro-acusa-segurancas-do.html .


O caso ganhou manchete de página do jornal O Liberal e também repercutiu nacionalmente, através da  Folha de São Paulo.

Após a agressão que teria sofrido por parte de seguranças do Parrilla, e ouvir um “fica quieto, pretinho”, Gilton teria buscado a ajuda de um soldado que estava junto a uma viatura parada em frente ao estabelecimento. Mas o militar teria se negado a ajudá-lo, apesar da gravidade do crime envolvido: racismo.


“A conduta dos policiais tem de ser apurada” – disse Armando Brasil à Perereca – “É dever do policial conduzir à delegacia as pessoas envolvidas em uma ocorrência”.


O promotor também quer saber o que, afinal de contas, fazia uma viatura da PM parada em frente ao restaurante Parrilla.


“Viaturas policiais não podem ficar paradas muito tempo em frente a estabelecimentos particulares”, observa Brasil. Quer dizer: esses carros, que são mantidos com dinheiro público, têm mais é de circular, para fazer a segurança do distinto público.


Mesmo assim, diz Brasil, a Promotoria Militar tem notícia – e está investigando até com o auxílio de câmeras – que há casos de viaturas policiais “destacadas” para permanecerem em frente a estabelecimentos comerciais, como bancos e supermercados.


Esse tipo de irregularidade – viatura policial servir de segurança privada – já rendeu até a expulsão de policiais da PM.


“Houve um caso” – recorda Brasil – de uma viatura que ficava parada em frente a um supermercado Yamada, que até fazia a manutenção do veículo”.


Tamanha promiscuidade, levou o promotor, inclusive, a remeter o caso às Promotorias dos Direitos Constitucionais e Patrimônio Público, para que a empresa fosse denunciada à Justiça comum.


Armando Brasil não sabe dizer quantos desses casos existem hoje, em Belém – de viaturas policiais que são usadas na segurança privada de estabelecimentos comerciais.


Mas diz que são “vários”, a envolver todo tipo de comércio – farmácias, supermercados e por aí vai.


A população pode ajudar a combater esse tipo de prática. O telefone do gabinete de Armando Brasil é o 3241-0962. O email é o armandobrasil@oi.com.br


“As pessoas podem mandar documentos até de forma anônima, que iremos investigar”, assegura o promotor, que entende a dificuldade, especialmente no interior, para um cidadão denunciar alguma irregularidade que envolva policiais.


No caso do IPM sobre o Caso Gilton Paiva, as investigações têm prazo de conclusão de 40 dias.


Devem ser ouvidos, além de Gilton, os seguranças e até o dono do restaurante Parrilla, para que ele diga se estava ou não a dar dinheiro a esses policiais, para que permanecessem às proximidades do estabelecimento.


Leitor assíduo da Perereca, Armando Brasil conta que abriu o IPM após ler sobre o Caso Gilton Paiva neste blog, na última sexta-feira.


“Hoje, os blogs são praticamente a única forma de saber dessas coisas. Os blogs são uma fonte muito rica de informação”, assinala. 

6 comentários:

Anônimo disse...

Tem tambem policiais que fazem recolhimento de dinheiro dos acougues na cidade, eles andam mostrando as armas para meter medo nas pessoas.
Tem uma guarnicao da policia que todo dia vai almocar no restaurante chapao da conselheiro e os policiais ficam dando a seguranca no local.

Anônimo disse...

No Clube Grêmio Literário Português, na epoca do Natal "Cidade Encantada", tinha carro da polícia e também funcionários da prefeitura de Belém fazendo a limpeza, todos devidamente uniformizados. O clube é privado e cobrava ingresso. Portanto, não deveria ter funcionário público trabalhando durante o evento.

Anônimo disse...

è "vila encantada", caro anônimo.e eles não estavam "na porta do clube",que fica cem metros adentro de um bosque que desemboca na augusto montenegro, estavam na via pública, na augusto montenegro. eu me senti muito segura, porque quando sai, as 23hs,com minha pequenina de 2 anos nos braços,havia muito pivete no local, esperando as pessoas sairem para abordá-las o que graças á policia não aconteceu.

Anônimo disse...

Balela! Por quê o Promotor não investiga os oficias PM (da ativa) sócios de empresas de segurança privada? Ou a privatização da PM/PA? Todo cachorro da RMB sabe como funciona esse velho esquema de vender segurança pública à empresas privadas! Comece investigando o patrimônio incompatível com os vencimentos...

Anônimo disse...

Em Bragança existe uma Negocio de Jogo do Bicho aonde os veiculos da PM servem de carro forte para transportar dinheiro que vem de fonte ilegal, é comum todos os sabados agente ver carros da pm estacionados em frente a um negocio de jogo do bicho chamado a fortuna que é comandado por um vereador de capanema, durante o dia muitos pm a paisana prestam serviço de segurança na porta, sempre ao meio dia uma viatura passa pra levar o dinheiro ao banco, acho ridiculo o dinheiro publico ser utilizado para segurança a contravenção

Anônimo disse...

excelentissimo promotor,o sr está de parabéns pela atuação no ministério público militar.Sou militar do reserva(PM) e nunca vi promotor nenhum intensificar na conduta dos militares.Principalmente nos oficiais.Quando lêio jornal dizendo:cel foi denunciado por improbidade administrativa.Fico muito feliz.Há promotor pena que o Sr chegou muito tarde.Só eu sei o que eu passei quando estava na tiva.Só faltava boi voar de tant CORRUPÇÃO.Um forte abraço sgt da reserva